Nvidia ultrapassou a Microsoft e Apple e se tornou a empresa mais valiosa do mundo, após meses de crescimento explosivo no preço das ações impulsionado pela demanda por seus chips e frenesi de investidores em relação à inteligência artificial.
As ações da empresa subiram 3,2% para US$ 135,18 (R$ 731,03) nesta terça-feira (18), elevando sua capitalização de mercado para US$ 3,332 trilhões (R$ 18,02 trilhões), superando as duas gigantes de tecnologia que há muito disputam a liderança nos mercados de ações dos Estados Unidos.
A Nvidia tem sido a principal beneficiária do boom na demanda por chips que podem treinar e executar modelos poderosos de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT da OpenAI.
Em menos de dois anos a empresa de US$ 300 bilhões (R$ 1,62 trilhões) que lidava com um excesso de chips causado pela crise das criptomoedas virou uma das empresas de tecnologia mais poderosas do mundo, com outras gigantes do Vale do Silício se alinhando para garantir seus últimos produtos.
Os enormes ganhos no preço das ações impulsionaram sozinhos cerca de um terço do aumento de 14% no índice de referência S&P 500 neste ano, em uma alta que chocou até mesmo observadores otimistas.
“Agora é o espírito animal, é a emoção humana tomando conta”, disse Ted Mortonson, estrategista de tecnologia da Baird. “A Nvidia é uma empresa fantástica, não me entenda mal. Existem muitos fatores [para a ação], mas 40% em um mês, isso não é normal.”
Fundada há 31 anos para construir placas gráficas para jogadores de vídeo games, a empresa sediada no Vale do Silício viu, no último ano, trimestres sucessivos de grande crescimento de receita, anunciando um aumento de 265% ano a ano em fevereiro e 262% em maio. Suas ações subiram aproximadamente 170% desde o início do ano.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, declarou que a empresa está no centro de uma nova “revolução industrial”, liberando o poder da inteligência artificial generativa para transformar todos os setores da economia global com computação inteligente.
Google, Microsoft e Amazon compraram a série de unidades de processamento gráfico Hopper para seus serviços em nuvem. O ecossistema de software da Nvidia, Cuda, que oferece ferramentas para desenvolvedores que usam seus chips, consolidou sua dominância.
Enquanto isso, a empresa está lançando sua nova geração de chips mais poderosos chamada Blackwell, com Huang prometendo um “ritmo de um ano” de novos lançamentos. Concorrentes como AMD e Intel lançaram seus próprios chips de inteligência artificial para competir, mas ainda não conseguiram reduzir significativamente a participação de mercado dominante da Nvidia.
“Alguém tem que ser o número um, e não é como se a ação da Nvidia tivesse subido sozinha —as finanças subiram ainda mais”, disse Stacy Rasgon, analista de chips da Bernstein. “Nunca vi nada parecido com isso em termos de economia real, que está impulsionando isso. É incrível.”
A corrida para capitalizar a oportunidade da inteligência artificial generativa varreu o setor de tecnologia. Em sua conferência anual de desenvolvedores na semana passada, a Apple se juntou, anunciou que seu próprio conjunto de modelos generativos seria incorporado em seus novos sistemas operacionais e ainda assinou um acordo de parceria com a OpenAI.
A crescente influência da Nvidia sobre índices de ações mais amplos tem levantado preocupações sobre a sustentabilidade da alta do mercado a longo prazo, mas poucos analistas ou investidores estão prevendo uma reversão no curto prazo.
Dos 72 analistas da Nvidia rastreados pela Bloomberg, apenas um classificou a ação como “venda”.
“Essa concentração no topo do mercado é realmente preocupante, estamos em níveis de concentração que não tínhamos desde 1999 —isso é problemático”, disse Hans Olsen, diretor de investimentos da Fiduciary Trust, a gestora de patrimônio de US$ 23 bilhões (124,3 bilhões).
“Mas se você pensar na bolha da tecnologia, ela durou de 1997 até março de 2000, teve uma longa trajetória. Esta também tem uma trajetória”, acrescentou.
A Nvidia se juntou ao duo dominante da Apple e da Microsoft, que têm disputado a posição de empresa mais valiosa nos EUA —e muitas vezes no mundo— por mais de uma década. A última vez que uma empresa dos EUA valia mais do que ambas foi em 2011, quando a ExxonMobil era a empresa mais valiosa do país.
إرسال تعليق